Com levantamentos precisos, construiu uma história vitoriosa dentro e fora do Brasil, dona de uma medalha olímpica e tida por muitos como dona de uma personalidade forte dentro de quadra, hoje nosso blog falará sobre vôlei com ela: Fernanda Ferreira, mais conhecida como Fernandinha.
Primeiramente gostaria de agradecer a entrevista e a disponibilidade para conversar com nosso blog e dizer que é um enorme prazer ter você neste espaço conosco.
FF: Primeiro gostaria de dizer que é um prazer responder á entrevista pro Blog FALANDO SOBRE VÔLEI, e que desejo muita sorte e sucesso para vocês.
Eu comecei a jogar quando tinha 8 anos por influência dos meus pais que se conheceram e se formaram na faculdade de Educação Física da UERJ.Inicialmente eu não queria jogar vôlei, praticamente meus pais me obrigaram dizendo que eu deveria escolher algum esporte, como eu não queria escolher nenhum esporte, eles me colocaram pra fazer escolinha no esporte preferido deles que já sabemos qual é né. Bastou um treino e eu já sabia o que queria fazer da minha vida.
FSV: 2. Você fez muito sucesso durante suas temporadas no exterior, principalmente na Itália no Liu Jo Modena. A que você acha que deve esse sucesso?
FF: Eu acredito que esse sucesso se deva a dois fatores:
1-Idade, amadurecimento pra uma levantadora demora mais um pouco do que pra atacante.
2- Os técnicos que trabalhei na Itália. A maioria dos técnicos que trabalhei lá me dei muito bem, confiavam em mim e éramos parceiros. Me ajudavam, mas me deixavam jogar e pensar com minha cabeça sem me podar, coisa que no Brasil acontece com muitos técnicos, não deixando suas levantadoras a vontade.
O fato de sentir que confiavam em mim me ajudou a crescer e conseguir a dar e desenvolver meu melhor.
FSV: 3. Como foi ter jogado no exterior? Dizem que a liga italiana é a melhor do mundo e que lá os estrangeiros são muito valorizados. Confere?
FF: Com certeza. Quando fui jogar na Liga italiana ela estava no auge. Pude jogar com grandes nomes do vôlei internacional. Quando você treina e joga com grandes jogadoras, força você a estar no mesmo nível buscando sempre ser melhor e o seu melhor.
Eu precisei de uma temporada, a primeira que joguei, para sentir que tinha o respeito dos adversários e das minhas companheiras de equipe.Me senti muito valorizada sim e fui.
Melhor decisão foi me aventurar na Itália.
FSV: 4. Você é campeã olímpica. Lembro- me que na época a presença da Fabíola entre a lista das 12 atletas confirmadas para os jogos olímpicos já era dada como certa e a disputa ficaria entre você e Dani Lins para a segunda vaga. O que passava na sua cabeça durante os treinos pré-corte? Como você recebeu a notícia de que disputaria os jogos olímpicos?
FF: É meio difícil dizer exatamente o que se passava na minha mente naquela época porque tinha uma mistura de sentimentos. Por mais que eu soubesse que teria que lutar muito pra conseguir a vaga para as Olimpíadas algo em mim dizia que eu iria. Mas ao mesmo tempo o receio de perder essa oportunidade era tão grande que só o que pensava era conseguir dar o meu melhor e esperar que isso fosse o suficiente para conseguir meu objetivo.
FSV: 5. A campanha em Londres 2012 foi de altos e baixos e o time acabou sendo desacreditado por muitos, gerando uma verdadeira chuva de críticas. Você se recorda do astral do grupo antes do jogo contra a Rússia?
FF: Claro que sim. Esse grupo foi muito especial, pois algo dentro de nós dizia que o ouro era nosso, mesmo quando perdemos de 3 a 0 da Coréia. Nos olhávamos e não entendíamos porque aquilo estava acontecendo, visto que sentíamos que aquele ouro viria pra gente.
O astral era ótimo. Éramos 12 guerreiras com a faca entre os dentes prontas pra luta, ninguém iria ficar na frente do nosso sonho.
FSV: 6. O que você diz sobre o jogo contra a Rússia?
FF: Dizer o que né? Melhor jogo olímpico da história do vôlei? haha
Até hoje quando assisto esse jogo roo minhas unhas, me emociono, choro...
FSV: 7. Hoje a Fernanda parou e aposentou as joelheiras. A Fernanda saiu do vôlei, mas o vôlei saiu da Fernanda?
FF: Jamais. Sou o que sou hoje muito também por causa do vôlei. Aprendizados, amadurecimento pessoal e profissional, medalhas, amigos... tudo isso o vôlei me deu.
Como fazê-lo sair de mim?
FSV: 8. Como tem sido a sua aposentadoria? O que você tem feito?
FF: É difícil parar de jogar, algo que fiz durante 27 anos. Encontrar outra rotina, outra atividade que te dê prazer e te motive também. Ainda estou a procura, tenho uma idéia do que quero, mas certeza absoluta só o dia a dia poderá me mostrar se estou no caminho certo.
Por enquanto tenho me dedicado ao veganismo, hoje é isso que me motiva a caminhar, tentar mostrar ao mundo como é possível viver sem ter que tirar a vida de nenhum animal, nem escravizá-los, nem torturá-los e como não se alimentar de dor influencia diretamente na sua evolução espiritual.
FSV: 9. Temos vários leitores que pediram a sua entrevista, e sabemos que você tem uma legião de fãs espalhados pelo mundo. Qual recado você manda para aqueles que te acompanham?
FF: Ah sempre tive muitos fãs e eles sempre foram muito queridos comigo. Aqui e na Europa.
Mesmo após minha aposentadoria continuam a me escrever e desejar sorte em tudo.
Só posso dizer que sou muito grata por tanto carinho, tantos abraços cheios de amor que recebi, cartinhas, mensagens de apoio em momentos difíceis, presentes que guardo até hoje. É um sentimento de gratidão muito grande ser merecedora de tantos sentimentos bons.
E ACHARAM QUE ERA ISSO? NÃO NÃO! OLHA QUEM MANDOU UM RECADO PARA VOCÊS:
Quem quiser entrar em contato com ela siga no IG @fernandinha03 .
*Fernandinha agradecemos a todo o carinho pelo blog e pelos seus fãs! Nossa equipe ficou muito feliz de poder ter você aqui e certamente os leitores que pediram também.
Qualquer sugestão encaminhe e-mail para sobrevoleibol@gmail.com.