segunda-feira, 24 de julho de 2017

ENTREVISTA COM FOFINHA- CURITIBANO

Jogadora bastante querida pelo grande público do vôlei com diversas experiências internacionais, campeã mundial nas categorias de base da Seleção, adepta do veganismo, reinou por onde passou e para o bem do voleibol renunciou a sua aposentadoria e irá representar a equipe do Curitibano nos torneios nacionais.

Hoje a nossa entrevistada é a atleta Ana Paula Lopes Ferreira, conhecida como FOFINHA.

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a gentileza de nos ceder essa entrevista em um momento que nossa equipe considera de muita importância para a sua vida profissional: Um momento de retomada.

FSV: 1. Fofinha, quando você começou a jogar voleibol e quais foram as suas influências?

F: Comecei a jogar vôlei em 1992 e na época morava em Porto Alegre. Iniciei no clube SOGIPA. As pessoas que me influenciaram para ingressar no esporte foram meus pais, que sempre praticaram algum esporte. Antes mesmo de jogar vôlei, desde os 7 anos de idade jogava handebol por influência do meu irmão. Minha maior influência veio da minha família.


FSV: 2. Como foi receber a notícia de que participaria de um time profissional pela primeira vez?

F: Eu recebi a proposta de ir para São Paulo logo depois que peguei a seleção infanto juvenil, na época era o BCN Guarujá que estava formando categoria de base e chamou as meninas da seleção que não eram de SP junto com muitas meninas do time do São Paulo que havia encerrado. No início deu um enorme frio na barriga, pois sairia de perto dos meus pais e estava naquele momento decidindo o que iria fazer com meu futuro. Fiquei muito feliz e acredito que o apoio dos meus pais foi fundamental. Minha transição para a equipe principal foi natural, iniciei participando dos treinos, depois ficando entre as 12 e enfim sendo titular.




FSV: 3.  A seleção Brasileira se base em que você esteve presente foi campeã mundial infanto-juvenil e vice campeã mundial juvenil. Como foi ser campeã mundial?

F: Ser campeã mundial infanto foi a primeira vez que entendi que dedicação e muito, muito treino dão resultado. Fomos a primeira seleção a ser campeã mundial da categoria, acho que abrimos a porteira para as próximas que ganharam várias vezes depois (rs). Foi também minha primeira seleção com meninas da minha idade, até então tinha participado da seleção com meninas mais velhas que eu e junto com as meninas do meu ano tínhamos mais responsabilidade. O campeonato juvenil foi bom para percebermos que mantínhamos o nível e mais uma vez jogar com a responsabilidade de ter sido campeã da categoria e enfrentarmos as mesmas seleções. Acredito que as seleções de base contribuíram muito para minha evolução técnica e me fizeram amadurecer mais rápido.

FSV: 4. Após a parada de Ana Moser na equipe do BCN você teve sua primeira oportunidade de se firmar como titular em um time grande sob o comando do Sérgio Negrão. Você sentiu a pressão de substituir Ana Moser que até hoje é um ícone do voleibol brasileiro e mundial?

F: Antes de eu entrar no time o Sergio Negrão conversou comigo e perguntou se eu estava pronta para jogar e juntamente com a comissão recebi bastante suporte. Na época as outras jogadoras também me ajudaram muito, eram todas mais velhas. Não senti pressão, sentia frio na barriga, o que sinto até hoje e é mais que necessário. 


FSV: 5. O título do Salonpas Cup em 2006 foi determinante para a sua vida profissional?

F: O título do Salonpas foi onde chamei atenção do time da Hisamitsu, que acabei indo jogar no ano seguinte e dar início a minha carreira internacional. A temporada de 2006 foi uma das minhas melhores temporadas e o Salonpas foi importante pois foi a primeira competição da temporada onde pude me testar diante de outros times.




FSV: 6. Você teve experiências fora do país em vários outros continentes. A valorização lá fora é muito maior que aqui dentro? Por quê?

F: Não acho que a valorização é maior... fiz uma excelente temporada no meu primeiro ano fora, o que acabou me abrindo portas e me valorizando no Japão. Depois fui para a Rússia e também fui muito bem em meu primeiro ano lá, o que acabou também me valorizando. Fiquei no exterior porque me adaptei bem aos lugares por onde passei e recebia boas propostas. Não voltei porque é difícil bater o mesmo valor de propostas em euro, ou dólar, com contratos aqui no Brasil.


FSV: 7. Falando em exterior, atuaria novamente em algum país sem ser o Brasil? Ficou algum país de fora da sua “lista de desejos” onde desejava trabalhar?

F: Acredito que joguei em todos os lugares que tinha muita vontade. Na época queria participar das ligas fortes, Russia, Itália, Japão, Turquia, e passei por todas elas.






FSV: 8.  A Fofinha chegou a anunciar a aposentadoria e parou por um tempo. Por que optou pela aposentadoria na época? Qual o fator determinante para retornar às quadras?

F: Decidi parar porque já fazia um tempo que tinha vontade de começar a estudar, ter mais tempo para minha família e estabilidade. Cansei um pouco das mudanças e vida cigana. 

Quando iniciei a jogar no exterior tinha em minha mente que isso seria por um período para crescer profissionalmente e adquirir estabilidade financeira. Sempre soube que teria um prazo e foi exatamente o que aconteceu, era hora de parar e ter ainda bastante fôlego e disposição para iniciar a nova carreira. O que me fez voltar a jogar agora foram as meninas que estão no time, poder jogar com algumas que não tive a oportunidade de jogar enquanto jogávamos. 

Ainda o período coincide com as minhas férias da faculdade e o fato de eu ter continuado trabalhando fisicamente e estar forte o suficiente para poder treinar e tudo mais, e claro o projeto, a chance de ter um time de Curitiba na Superliga, eu sou do sul e acho muito importante ter times fortes fora da região sudeste. Foi a combinação de um série de fatores.

FSV: 9. Como surgiu o convite para representar o Curitibano, ainda que aposentada? Quais as expectativas?

F: A Fernandinha já tinha falado comigo assim que ela assinou. Eu no início não tinha como aceitar, pois tinham coisas que estavam pendentes em SP para eu resolver. Depois ela falou comigo novamente, juntamente com a Gisele Miro que é a gestora do projeto, me explicando as datas e foi quando eu decidi que iria. A possibilidade de jogar com a Fernandinha e podermos trabalhar em prol da causa vegana, dando exemplo de esporte de alta performance com alimentação a base de vegetais, também foi um das coisas que me influenciaram bastante.

FSV: 10. Hoje a Fofinha, assim como a jogadora Fernandinha se dedica ao estilo de vida vegano. Conte-nos sobre a sua experiência com o veganismo.

F: Eu mudei meu estilo de vida em 2014 que foi quando tomei consciência de tudo aquilo que já vinha lendo. Sempre gostei muito de animais e a mudança foi inevitável. Eu sempre tive saúde, disposição e a mudança não me tirou isso. Levei um tempo para adaptar a alimentação, entender a quantidade que deveria ingerir, que deve ser em maior quantidade.

Nesse tempo que sou vegana já escutei de tudo, mas meu foco é em mostrar para as pessoas que ser vegetariano, vegano não interfere na performance, não altera força e nem recuperação. 





FSV: 11. Há quem não acredite que o potencial do atleta permaneça o mesmo sem a ingestão de carnes, etc. O que dizer sobre isso?

F: O que acontece é que as pessoas não se informam, não procuram profissionais especializados no assunto. É preciso ter uma alimentação balanceada, o segredo está na alimentação. A proteína não é encontrada somente na carne, existem inúmeras fontes de proteína e o importante é ingerir o necessário para nutrir nosso organismo. 

Esse receio é devido a falta de informação e possivelmente a falta de contato com pessoas que são vegetarianas e continuam a ter um desempenho excelente. Para isso que nós estamos aqui!

FSV: 12. Algumas pessoas se mostram contra esse estilo de vida, apesar de não ser recente. A Fofinha acredita ser falta de informação?

F: Falta de informação sim, de orientação, não querer sair da zona de conforto...muitos acreditam que é muito difícil ser vegano,mas hoje em dia esse mercado cresceu muito e temos as muitas opções, doces, salgados, cosméticos, etc...aos poucos as pessoas estão abrindo os olhos, principalmente por causa da saúde! Não gosto de dizer que existem pessoas contra esse estilo de vida e sim apenas pessoas desinformadas.

FSV:  13. Você foi o pedido de muitos leitores do nosso blog. Poderia mandar um recado para seus fãs e para quem nos acompanha?






Fofinha o blog agradece a sua presença e a disponibilidade pela entrevista. Desejamos ainda muito sucesso na disputa da Taça Ouro e que você não retorne para a aposentadoria, pois faz falta em quadra.

E aí leitores, possuem alguma sugestão? Encaminhe para sobrevoleibol@gmail.com.


domingo, 23 de julho de 2017

CLASSIFICAÇÃO E CRESCIMENTO NA HORA CERTA



O blog cravou e acertou: Brasil classificado e com os placares corretos! Brasil 3x0 Bélgica, Brasil 3x1 Holanda e Brasil 3x1 EUA.

Foi intenso, suado e por vezes assombroso e desesperador o caminho da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei neste Grand Prix com derrotas inesperadas ou nunca tidas antes como a Tailândia por exemplo, mas hoje veio o desfecho esperado pelo blog: BRASIL CLASSIFICADO PARA O FINAL SIX DO GP 2017!

Após uma campanha cercada de irregularidade, altos e baixos, recepção defeituosa e muitos erros de ataque nas duas primeiras rodadas, o Brasil se encontrou em quadra neste terceiro e último fim de semana antes da fase final do GP que será realizada na China. Foi um crescimento gradativo em meio a muitas viagens, longos trajetos e certamente muito cansaço.

Desde que começou essa série de três jogos em casa à exceção do primeiro set contra a Bélgica, o terceiro set contra a Holanda e o terceiro também contra os EUA, o que se viu foi um Brasil bem mais coeso, com uma enorme evolução na sua linha de recepção e melhores apresentações da capitã Natália - que parece jogar mais solta, feliz e menos sobrecarregada -, além do bloqueio funcionar cada vez melhor. Importante também citar o ressurgimento de Carol em nosso meio de rede, melhorando seu ataque e o bloqueio.

Neste meio termo chegou para compor a seleção a levantadora Macris, que não se sabe por coincidência, fez com que o jogo da levantadora titular Roberta melhorasse e contra a Holanda e os EUA fizesse uma partida quase que impecável, se não fosse no jogo de hoje a insistência com Rosamaria que estava apagada nos 3 primeiros sets e foi substituída no terceiro set por Drussyla.

Ainda nestas três semanas tivemos Tandara cada vez mais firme na seleção e liderando a pontuação da equipe em vários jogos, Adenizia sendo titular absoluta e Rosamaria se apresentando em grande estilo quando acionada, mostrando que veio para ficar.

Para que fosse alcançada a classificação, o Brasil entrou pressionado em quadra com a necessidade da vitória, pois com a derrota a seleção Japonesa estaria classificada, precisando assim empatar no número de vitórias (primeiro critério de desempate) e vencer no saldo de pontos conquistados (segundo critério de desempate).

Na fase final a seleção brasileira terá pela frente a Sérvia, EUA, Itália, Holanda e China- anfitriã-, confrontos que breve terão postagem destacada sobre o que esperar de cada jogo, mas desde já antecipamos que Itália e China serão adversários novos neste Grand Prix.

A evolução da equipe brasileira veio na hora correta, nas vésperas da fase final e apesar de precisar de critérios de desempate para se classificar, a equipe chega bem, com um voleibol mais refinado que no começo da competição, o que a credencia ao título.

Agora resta aguardar, estudar os adversários e partir para cima delas!

Vamos Brasil!!!


quarta-feira, 19 de julho de 2017

A CONVOCAÇÃO DE MACRIS E A HORA "H" PARA A SELEÇÃO

Eleita por quatro vezes a melhor levantadora da Superliga e preterida até o momento, eis que chegou a vez de Macris jogar neste Grand Prix pela Seleção Brasileira.

A hora da chegada de Macris junto ao grupo é delicada, pois o Brasil corre o risco de não se classificar para o "final six" do Grand Prix, o que não acontece há anos. Macris chega sob o clamor do público que acompanha o esporte, sob olhar dos muitos críticos e principalmente sob um clima enorme de desconfiança em cima das meninas.



Dona de um jogo de muita velocidade, de belas fintas e muitas bolas distribuídas para as centrais, é acostumada a deixar atacantes em bloqueios simples ou mesmo duplos quebrados lembrando muito o estilo de jogo asiático. Sua presença na seleção vem tardia e é quase unanimidade entre os fãs do esporte.

Hoje a seleção está contando com Roberta Ratzke de titular e Naiane de reserva. Roberta, jogadora do Rio de Janeiro, dirigida pelo lendário técnico Bernardinho, despontou nessa última Superliga onde fez grandes jogos pelo time carioca, principalmente no final do torneio onde mostrou segurar a pressão e teve influência direta no título carioca. Roberta aliás, melhorou bastante com a camisa da seleção, parece ter se ambientado e vem desempenhando bons jogos com a amarelinha. Terminou a Superliga como a 5ª melhor levantadora do país, mas mesmo não sendo a primeira, levou seu time ao título de campeão.



Naiane era jogadora do Minas, em sua história foi contratada para ser a terceira levantadora, mas acabou assumindo a titularidade da equipe e enquanto Jaqueline esteve lá em sua primeira passagem jogou muita bola, despontou rápido e hoje é peça titular no plantel do time de Barueri do técnico da seleção José Roberto Guimarães. Em sua última Superliga terminou como a 7ª levantadora da competição.



Macris é referência no país e foi o nome mais cogitado entre os fãs junto com a levantadora Fabíola após a pausa de Dani Lins. Macris possui 28 anos, Naiane possui 23 e Roberta 27. Apesar de ter mais idade e possuir 30 anos nas próximas olimpíadas, temos exemplo de jogadoras experientes e levantadoras fora de série que jogaram até depois dos 40 como é o caso de Fofão e de Fernanda Venturini.

Seja como for, as impressões que ficam é: 1) Que Macris chega para "salvar" a seleção, ou pelo menos tentar auxiliar na tentativa; 2) Que sua chegada veio tarde; 3) Apesar de mais nova, Naiane deve ser dispensada - por hora- para a entrada de Macris.

E você? Quem você acha que é a melhor para a nossa seleção?  Participe da enquete que tem em nosso blog e vote

segunda-feira, 17 de julho de 2017

E acabou a segunda semana do Grand Prix

                                                                                                                                                                                                                  CRÉDITOS: PORTAL TERRA

Enfim acabou a segunda semana do Grand Prix deVoleibol Feminino de 2017. Em um fim de semana conturbado para a seleção brasileira, foram acumuladas duas derrotas em três jogos: Vitória contra a fortíssima seleção Sérvia e derrota para a Tailândia e para o Japão.

Neste segundo fim de semana a marca da seleção foi a oscilação. Sim, vencer a fortíssima seleção da Sérvia que havia ganho de nós na semana interior é maravilhoso e traz ao torcedor e principalmente para as jogadoras a sensação de ser capaz, de que ainda possuem lenha para queimar e porque não dizer que afasta um pouco a pressão?

Em compensação, após a brilhante vitória vieram duas duras derrotas: Tailândia e Japão. Perder para o Japão não seria nenhuma novidade, afinal na história, ainda que há muito tempo, isto já havia ocorrido, sem contar a evolução da seleção japonesa que antes se destacava em defesa e recepção e agora tem um conjunto de ataque tão bom quanto o restante dos fundamentos. A evolução no ataque e no bloqueio foram notórias de uns anos para cá, até mesmo na altura das jogadoras que pouco a pouco vão ficando mais altas. Fizeram por merecer.

Sobre o jogo contra a Tailândia já fiz um post próprio, não tem muito a comentar senão a primeira derrota do Brasil em torneios oficiais para a seleção de Nootsara e companhia. Elas engoliram a nossa seleção com a velocidade de jogo. A central Pleumjit jogou demais de uma forma que francamente nunca havia visto até hoje e a velocidade imposta por Nootsara para suas atacantes estava difícil de acompanhar até pela televisão. Assim como o Japão, digo que fizeram por merecer.

No próximo fim de semana a nossa seleção jogará em casa contra as equipes dos Estados Unidos, Holanda e Bélgica. Apesar da atual fase de inconstância, acredito que nossa Seleção vença a Bélgica por 3x0 e vença tanto os EUA, quanto a Holanda por 3x1. Ainda que EUA e Holanda estejam em segundo e terceiro lugar respectivamente, creio em bons jogos da seleção por estarem em casa e com a torcida a seu favor.

A pressão nas meninas é enorme, o Brasil é um país de tradição e não se via em época de renovação derrotas sucessivas e para times que não éramos acostumados. A bem da verdade nos acostumamos a ver em quadra Sheilla, Fabiana, Thaísa, Garay, Fofão, Dani Lins, Fabi e tantas outras que levavam nosso país sempre ao pódio que nos acostumamos com a vitória, enquanto as outras seleções que passavam pela renovação não tinham bons resultados. Ocorre que agora é o contrário e há de se ter paciência, pois o processo é lento e não garantidor de títulos.

Que venha a terceira semana e fiquemos na torcida pela classificação de nossa seleção que hoje está em 7º lugar geral e fora da fase final.

sábado, 15 de julho de 2017

E DEU TAILÂNDIA!



E hoje no segundo jogo da segunda rodada do Grand Prix de vôlei feminino o Brasil enfrentou a seleção da Tailândia em Sendai- JPN- e foi derrotado por 3x0 (25/22, 25/21 e 29/27) em 1h24m de jogo.

Em toda a história foi a primeira derrota do Brasil para a Tailândia em torneios oficiais, motivo pela qual a euforia tailandesa tomou conta da equipe após o resultado do challenge que definiu o jogo.  O Brasil jogou apático do início ao fim, sem recepção, passivo o tempo todo e deixou o jogo ser comandado pela equipe tailandesa.

Apesar do alarde na internet e de estarmos acostumado a vencer, ainda não vejo motivo para esse alarde todo, mas é sem dúvidas um sinal de alerta, principalmente por estarmos em tempo de Renovação, ou seja, é necessário ter paciência, afinal jogar a SL não é igual jogar um torneio internacional. O nível de saque, ataque, velocidade de jogo e qualidade técnica é outro, muito acima. Falando em velocidade, Nootsara não levanta, ela dá show em quadra e assim foi novamente e a mim lembra a Takeshita facilmente.

Com a velocidade asiática como de costume, o Brasil marcou apenas 2 (dois) pontos de bloqueio, rendendo menos que o esperado. No ataque tivemos Tandara liderando a seleção com 15 pontos, mas a maior pontuadora da partida foi a ponteira Ajcharaporn  com 18 pontos. 

Andei lendo por parte de alguns colegas blogueiros e por outros comentários na internet que esse 3x0 tem sabor de 7x1 da Copa do Mundo de 2014, ou ainda que tal jogadora não pode pertencer à seleção. Apesar da frustração é importante manter a calma e não dar espaço para o luto, pois como disse, é tempo de renovação. Entendo sinceramente a frustração e por parte de alguns até o sentimento de indignação - apesar de achar indignação um sentimento exagerado-, e não se pode comparar um grupo em busca da formação ideal com uma seleção pronta disputando seu maior torneio, assim como não dá para comparar o Grand Prix com uma Copa do Mundo. Além de tudo não se pode ainda comparar o Vôlei ao Futebol -  pelo menos não no Brasil, onde o vôlei não tem tanto espaço na mídia e sequer condições parecidas de prestígio-.

Sobre tal jogadora não pertencer à seleção acho uma falta de respeito tão grande, principalmente colocando na matéria a foto da jogadora dizendo que não precisa citar nomes. Não sei se vocês que também acompanham o mundo do vôlei se incomodam, mas fato é que tudo tem limites e isso não é liberdade de expressão, mas sim desrespeito. Liberdade de expressão não pode se chocar com o respeito, mas deve andar lado a lado. 

De todo modo resta torcer, ainda que esta segunda etapa tenha sido uma incógnita onde vencemos a seleção mais forte do grupo e que vem liderando o torneio e perdemos para uma mais fraca. É tempo de dúvida, mas também de paciência e continuar acompanhando o último jogo desta fase às 01:15hs contra a seleção da casa.

E aí, quem vence essa madrugada? Brasil ou Japão?

sexta-feira, 14 de julho de 2017

E DEU BRASIL CONTRA A SÉRVIA


                                                                                                                        CRÉDITOS: DIVULGAÇÃO CBV/FIVB


Enfim a Seleção Brasileira desencantou contra uma grande equipe. Após uma semana de instabilidade na primeira rodada do Grand Prix 2017 na Turquia, aparentemente o Brasil deixou a má fase no continente Europeu e já na Ásia, mais precisamente em Sendai- JPN-,  começou sua redenção e a mostrar o voleibol esperado vencendo a seleção da Sérvia por 3x0 (26/24 25/17 e 25/22).

Foram feitas algumas alterações em relação ao time que iniciou jogando o torneio como a líbero Gabi no lugar de Suelen, a ponteira Drussyla no lugar de Rosamaria e a central Adenizia no lugar de Carol, considerada MVP no torneio de Montreaux disputado recentemente pela seleção.

Tendo recebido críticas nas redes sociais pelas suas recentes atuações no torneio, a ponteira Natália foi o grande nome do ataque brasileiro com 16 pontos, seguida de Tandara com 10 pontos e Adenizia com 9. Destaque também para a ponteira Amanda que entrou no final do primeiro set enquanto a seleção canarinho perdia e com uma boa sequência quebrou a recepção do time sérvio, facilitando o bloqueio.

Em relação à primeira semana o que se vê é o crescimento de nossa seleção como um grupo, bem como que testes aparentemente irão ocorrer. Todas as jogadoras que entraram em quadra demonstraram evolução em algum fundamento, e a troca de líberos aparentemente trouxe mais segurança no passe, com todo respeito à Suelen, que a meu ver está defendendo mais que Gabi.

Sobre a briga de posição das líberos o mais correto nas atuais circunstâncias é aguardar essa semana para que com os três jogos jogados para cada uma - crendo que Gabi será líbero durante todo este fim de semana- vejamos quem vai se firmar, ainda que três jogos não seja o suficiente para afirmar quem está melhor.

Adenizia está em uma fase melhor que Carol. Hoje Bia e Adenizia seriam minhas titulares caso fosse o treinador, apesar de que Mara merece ter a sua oportunidade e não apenas excursionar. É aguardar para ver se no 3º fim de semana será relacionada entre as titulares, mas a única hoje que disputa o Grand Prix que considero intocável por tudo que vem apresentando e com toda a justiça possível é a Bia.

Fato é que a briga entre Rosamaria e Drussyla deve permanecer, uma melhor no poder ofensivo e outra no poderio defensivo.

Pelo que apresentou hoje há uma esperança de que a primeira semana tenha ficado para trás e novos rumos e novos ares estão de encontro com a rotina de vitórias de nossas meninas. 

segunda-feira, 10 de julho de 2017

UMA RESPOSTA AO MENON- A DIFERENÇA ENTRE ACEITAR E RESPEITAR-

Bom dia leitores,

Pouco a pouco voltamos com o blog e espero que a caminhada daqui para frente seja sem interrupções, pois nosso esporte merece.

Neste fim de semana o blogueiro Menon quebrou a internet ao expressar sua opinião  sobre o voleibol. Para quem quiser acompanhar o texto o link aqui está: https://blogdomenon.blogosfera.uol.com.br/2017/07/09/eu-nao-gosto-de-volei/

Bem, inicialmente gostaria de dizer três coisas: 1) Não sou Jornalista e nem estudante de Jornalismo (embora seja um sonho); 2) O texto será grande; 3) Não conheço o trabalho do colega blogueiro, mas fiquei sabendo através da repercussão do texto sobre o voleibol.


Minha mãe sempre me ensinou a velha máxima: "Há uma grande diferença entre aceitar e respeitar".

Aceitar significa "estar de acordo com algo ou alguma coisa", enquanto respeitar pode ser tido como "ter algo ou alguém em consideração". A partir dessa simples leitura vemos que não somente o significado é diferente, mas também o peso colocado sobre as palavras, pois a idéia de aceitar soa como quase que obrigação, enquanto respeitar advém do livre arbítrio, ou seria vice-versa?

Em virtude da diferença, sinto-me no direito de respeitar o seu direito à opinião e o seu livre arbítrio sobre a postagem, mas de igual forma - não sei se terá conhecimento de minha resposta- ainda assim faço questão de respondê-lo, diferentemente de boa parte que o fizeram, sem ira.

Bem, são várias considerações a serem debatidas sendo a primeira sobre todo ano ter campeonato: É evidente que todo ano se tem campeonato, pois é assim em TODOS os esportes, sejam torneios em nível internacional ou nacional. Todos os anos começam campeonatos brasileiros de futebol, torneios internacionais de tênis, lutas, NBB e tantos outros esportes que compõem a massa esportiva de nosso país.

A realização de torneios em todos os anos, mais de que simples torneios e viagens a passeio, integram treinamentos das seleções em seus ciclos olímpicos, para que sim, possamos ter mais alegrias em olimpíadas e quebramos os paradigmas de que "o Brasil sempre está mal colocado em quadros de medalhas panamericano ou olímpico". Para os atletas vai além, pois é um objetivo jogar pela sua seleção e lá se manter e imagino que deva ser a realização de um sonho.

Em relação ao fato de existir "princípios simples", nota-se que o colega não acompanha o esporte, nem sequer de longe, mencionando tão somente a existência de saque, recepção e bloqueio. O voleibol em si é muito mais complexo e vai além destes três fundamentos, pois além destes existem o ataque e também as defesas que não são aleatórias, mas fazem correspondência com o bloqueio. A vida de qualquer que seja a posição do atleta é complicada, pois o voleibol talvez seja o esporte mais coletivo de todos, onde um depende do outro em sentido literal. Explico: A defesa precisa de um bloqueio para se ajustar corretamente em uma das seis posições conhecida, ou talvez até 8 devido à existência das famosas e comuns "paragonais". O levantador para que consiga executar um ótimo trabalho precisa de defesas e recepções precisas. Os atacantes precisam de bons levantamentos e por aí vai. É um esporte minimamente dependente do colega de quadra e repito, talvez seja o esporte mais coletivo dentre todos.

Sobre a (in)existência de dribles vejo novamente o seu desconhecimento sobre o esporte e o quão vibrantes ficam os torcedores ao verem seus atacantes em um bloqueio simples ou até mesmo sem bloqueio. Alguns chamam de finta, outros de "engana", mas fato é que a finta, engana ou drible foi tão bom que enganou a você que perdeu a bola de vista, mas fique tranquilo, pois aqui estamos para lhe ajudar a entender um pouco- ainda que eu não seja Professor de Educação Física- do esporte, mesmo que na visão de um torcedor.

O voleibol diferente do que foi dito não é um esporte de massa, pois não se compreende em somente pular e atacar uma bola. Existe toda uma visão periférica, de jogo e uma habilidade técnica que é trabalhada ao longo dos anos para a formação real de um atleta. Nenhum atleta fica pronto ou bom o suficiente se não tiver talento, seja em qualquer dos esportes. Neste caso entendo que a repetição é mínimo detalhe diante de um dom que a pessoa pode ter para determina área. Aliás, a meu ver temos esportes mais simples que o voleibol, mas ainda assim não entrarei no mérito por respeito e por aceitar que todos os esportes são importantes sem criar demérito de algum deles.

Falando da torcida pré fabricada, aaaaah essa torcida! ( Peço licença para mandar um salve para os torcedores do Rio e dizer que breve estaremos juntos torcendo novamente pelo nosso time)! Torço para o time do Rio de Janeiro do técnico Bernardinho, mas vou além e digo que torço pelo esporte, pois acho que clubismo tem limites. Como é bom ir a um ginásio assistir um jogo e poder incentivar o seu time, assim como é feito no voleibol, basquete, nas lutas, ou qualquer que seja o esporte. Bater palmas, levantar placas, enfim, cumprir o papel de torcedor! Torcer pelo vôlei seja batendo palma, gritando, cantando músicas dos times é mais que somente torcer, mas exalar um amor por um time e por um esporte por vezes multicampeão, ainda que com camisas de patrocinador ou não (no futebol por exemplo quem compra camisa de time acaba fazendo propaganda de  patrocinador também ao sair com a camisa na rua). E o melhor: Como é bom poder ir a um jogo de vôlei com a certeza de que não haverá brigas ou similares, mesmo com times de clubes de futebol.

O voleibol diferente do escrito não é protegido pela mídia, mas sim excluído o que mostra mais um desconhecimento sobre este esporte. Nosso esporte não tem horário nobre toda quarta-feira na vênus platinada, mas quando tem espaço em TV aberta está na RedeTv nas quintas-feiras, só que com um pequeno porém: A RedeTV não está mais com sinal aberto em alguns pontos do país. Nós sofremos e sofremos muito! Não temos canal Premier para assinar e ver um somente de voleibol! Não aguentamos mais ver final em jogo único sob o argumento de ter mais emoção, enquanto é para poupar espaço na programação; não aguentamos mais ver televisionado em sinal aberto somente semifinais e finais; não aguentamos mais mudanças nas regras para atender pedidos de canais de televisão; não aguentamos mais uma hipervalorização de algum esporte enquanto poderiam ser cedido espaço para vários outros. Enfim, são várias as coisas de que não aguentamos mais na relação da mídia com o nosso esporte, muitas aliás sequer entendemos a existência, mas não vimos a público mencioná-las e dizer que não gostamos quando sequer temos conhecimento.

Por último algo que incomoda, mas que devo lhe dar o braço a torcer: A entrega do jogo no mundial. Não concordo e acho que entregar um jogo não faz parte do esporte, mas vejo que a vida é feita de escolhas e foi um caminho tomado, assim como as famosas "malas brancas" que surgiram em outros esportes. Confesso que acho a mala branca muito pior do que a entrega de um jogo, pois ela envolve dinheiro, ou seja, você é pago para perder. Ainda que não seja ético, acho que não merece ser rotulado como uma "atitude escrota", afinal quem somos nós para garantir que não faríamos o mesmo se estivéssemos naquele lugar?

Entendo que ninguém é obrigado a gostar de nada, de ninguém e de nenhum esporte, mas por ser um formador de opinião o mínimo que eu esperava era um texto com embasamento técnico ou um conhecimento, ainda que mínimo, do voleibol, afinal não estamos tratando de somente um esporte, mas UM DOS ESPORTES QUE MAIS TROUXE MEDALHAS EM TORNEIOS INTERNACIONAIS PARA NOSSO PAÍS.

Diante disso tudo, respeito seu pensamento apesar de não aceitá-lo, assim como daqui para frente espero que respeite não somente os torcedores, mas os atletas, ex-atletas, dirigentes, equipe técnica e quem mais faz parte deste esporte, e claro, acima de tudo, respeite o voleibol.

#EUGOSTODEVOLEIBOL











ENTREVISTA COM FOFINHA- CURITIBANO

Jogadora bastante querida pelo grande público do vôlei com diversas experiências internacionais, campeã mundial nas categorias de base da S...